Santos, 29 de agosto de 2009.
Caro Amigo,
Ouvimos dizer que, o Parque do Xingu criado em 1.961, pelos irmãos
Villas Boas para proteger os povos xinguanos do progresso predatório da região
centro-oeste está ameaçado.
Assim, em nossa constante ânsia pela VERDADE e JUSTIÇA, após longa
análise, concluímos que meticulosa investigação, “in locu”, deve ser iniciada
imediatamente, a fim de que não reste comprometido o futuro de nossos irmãos
indígenas. Portanto, e também com o legítimo intuito de cumprirmos nossa
honrosa, longa e árdua META (100.000
Km viajando, ah, ah, ah), resolvemos colocar,
novamente, nossos pés na estrada (ou será nas selvas e rios do Xingu).
Infelizmente nossa escritora oficial ( Sayo), não estará presente nesta
expedição e também, devido as dificuldades de comunicação, não será possível
enviar as mensagens de forma diária.
Participe conosco desta grande aventura!
Abraços,
Claudio
From: ckuczuk@terra.com.br
Subject: Caros Amigos Mapa
Date: Sun, 30 Aug 2009 19:14:17 -0300
Subject: Caros Amigos Mapa
Date: Sun, 30 Aug 2009 19:14:17 -0300
Caro Amigo,
Para que você, que irá nos acompanhar em nossa árdua jornada até os
confins da terra, não se perca da caravana, estamos mandando um mapa, com o
roteiro da expedição.
Haverá trechos em barco e a pé pela floresta.
Compre seu bilhete, faça as malas (não esqueça o protetor solar e o
repelente),, avise os familiares, desligue o gás, regue plantas, deixe o
gato com o vizinho e as crianças na casa da vó (a viagem será perigosa),
prepare a pipoca, pegue uma Bohemia gelada (pode ser Brahma ou Antártica),
escolha uma poltrona confortável, ligue o computador e VEM COM A
GENTE!
Abraços,
Claudio
From: ckuczuk@terra.com.br
To: crktour@hotmail.com
Subject: Xingu
Date: Sun, 30 Aug 2009 19:30:41 -0300
OlgaTo: crktour@hotmail.com
Subject: Xingu
Date: Sun, 30 Aug 2009 19:30:41 -0300
Yo conosco la película.
El sítio donde vamos esta mui lejos de todo, voi con mi amigo antropologo que ja estuve en esta aldeia y conoce el cacique.
Sigue un rato del parque:
Parque Indígena do Xingu
Pátio da Aldeia Kamaiurá, Alto-Xingu. Índios
tocando a flauta "Uruá"
O Parque Indígena
do Xingu (antigo Parque Nacional Indígena do Xingu) foi criado em 1961 pelo então presidente Jânio Quadros, tendo sido a primeira terra indígena homologada pelo governo federal. Seus principais
idealizadores foram os irmãos Villas Bôas.
A área do parque, que
conta com mais de 27 mil quilômetros quadrados (aproximadamente 2.800.000 ha ,
incluindo as Terras indígenas Batovi e Wawi), está situado ao norte do estado
de Mato
Grosso, numa zona de transição florística entre o planalto central e a Amazônia. A região, toda ela plana, onde predominam as matas
altas entremeadas de cerrados e campos, é cortada pelos
formadores do rio
Xingu
e pelos seus primeiros afluentes da direita e da esquerda. Os cursos formadores
são os Rios Kuluene, Tanguro, Kurisevo e Ronuro - o Kuluene assume o nome de
Xingu à partir da desembocadura do Ronuro, no local conhecido pelos indígenas
como Mÿrená. Os afluentes, os Rios Suiá Miçu, Maritsauá Miçu, Auaiá Miçu, Uaiá
Miçu e o Jarina, próximo da cachoeira de Von
Martius.
Atualmente, vivem na
área do Xingu, aproximadamente 5.500 índios de catorze etnias diferentes pertencentes às
quatro grandes famílias lingüísticas indígenas do Brasil: Carib, Aruak, Tupi, Jê. Centros de estudo, inclusive
a UNESCO, consideram essa área como sendo o mais belo mosaico
lingüístico puro do país. As tribos que vivem na região são: Kuikuro, Kalapálo, Nahukuá, Matipú, Txikão (Ikpeng) (todos de tronco carib), Mehináku, Waurá, Yawalapití (tronco Aruak), Awetí, Kamaiurá, Juruna, Kayabí (tronco tupi-guarani), Trumãi (língua isolada), Suiá (tronco Jê); já tendo ainda
morado na área do parque os Panará (Kreen-akarore), os Menbengokrê (Caiapó) e Tapaiuna (beiço-de-pau). Criado o Parque
Nacional do Xingu, posteriormente denominado Parque Indígena do Xingu, em 1961,
Orlando Villas Bôas foi nomeado seu administrador Geral.
No exercício dessa função, pôde melhorar a assistência ao índio, garantir a
preservação da fauna e da flora da região, reaparelhar os Postos de
assistência. Ainda como administrador do Parque, Orlando Villas Bôas, favoreceu
a realização de estudos de etnologia, etnografia e linguística a pesquisadores
não apenas nacionais como de universidades estrangeiras. Autorizando, ainda, a
filmagem documentária da vida dos índios, deu margem a um valioso acervo
audiovisual. A épica empreitada dos irmãos Villas Boas é um dos mais
importantes e polêmicos episódios da antropologia brasileira e da história
indígena. A concepção do Parque Indígena do Xingu, os custos para sua
implementação e suas drásticas consequências, o constante ataque de madeireiros
e latifundiários, as políticas indigenistas do Estado brasileiro são temas
importantes para a reflexão sobre o significado de toda esta experiência.
O Parque Indígena do
Xingu engloba, em sua porção sul, a área cultural conhecida como Alto Xingu,
integrada pelos Aweti, Kalapalo, Kamaiurá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Trumai, Wauja e Yawalapiti . A despeito de sua variedade lingüística,
esses povos caracterizam-se por uma grande similaridade no seu modo de vida e
visão de mundo. Estão ainda articulados numa rede de trocas especializadas,
casamentos e rituais inter-aldeias. Entretanto, cada um desses grupos faz
questão de cultivar sua identidade étnica e, se o intercâmbio cerimonial e
econômico celebra a sociedade alto-xinguana, promove também a celebração de
suas diferenças.
As demais etnias que habitam o Parque – Ikpeng, Kaiabi, Kĩsêdjê e Yudjá – não fazem parte desse complexo e são
bastante heterogêneas culturalmente. Foram integradas aos limites da área
demarcada por razões de ordem administrativa, em alguns casos implicando o
deslocamento de suas aldeias. Há, contudo, casamentos freqüentes entre esses
grupos, que acarretam uma maior articulação entre eles.
Um movimento recente vem ainda fazendo convergir todos os povos do Parque em
nome de interesses comuns. As organizações indígenas (sobretudo a Associação
Terra Indígena do Xingu) têm se estabelecido como um importante meio de
interlocução com a sociedade nacional e fomento de projetos de educação,
alternativas econômicas e proteção do território.
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